A activista de saúde Júlia Pastola defende a promoção eficientemente de informações sobre saúde, de modo que as comunidades estejam devidamente instruídas sobre a relevância de se priorizar o tratamento de doenças crónicas, tais como o HIV/SIDA e Tuberculose. “É comum esperar entre três a quatro horas pelas famílias”, afirma a activista, acreditando que a não priorização da assistência deve-se à pouca relevância que se atribui à saúde, daí que se deve consciencializar as pessoas sobre o perigo que as doenças crónicas apresentam.

“Ficamos à espera até que as pessoas regressem da machamba para que possam receber instruções sobre educação sexual, HIV/SIDA e Tuberculose”, disse Pastola, acrescentando que “em Nampula, as famílias vão primeiro cuidar do campo e só depois se abrem para outras actividade.”

Júlia Pastola é activista de saúde há cinco anos e, ao longo desses tempo,  tem enfrentado todo tipo de dificuldade para exercer as suas funções, desde a falta de transporte nas zonas percorridas diariamente, a insuficiência do subsídio, assim como o difícil acesso a portadores de doenças crónicas, dado que alguns costumam esconder-se dos activistas.         

“Apesar estas barreiras,  o maior privilégio é servir a comunidade”, revela a activista.

Júlia Pastola, activista afiliada ao Centro de Saúde de Cazuzo, nasceu em Nampula e entrou no activismo através da Geração Biz, quando ainda frequentava a Escola Secundária de Murrupula.

“Este trabalho não é fácil”, afirma Pastola, revelando que diariamente chega a assistir duas a três família.”

“As metas nunca ficam em causa, as famílias são abertas”, afirma a activista, sublinhando, entretanto, que existem algumas que não se abrem facilmente.

De acordo com o último Inquérito de Indicadores de Imunização, Malária e HIV/SIDA (IMASIDA), a taxa nacional é de 13.2%. Os números são elevados também no que toca a outras doenças de transmissão sexual, assim como se fazem sentir gravidezes e uniões prematuras.

Nampula, província mais populosa do país, apresenta uma elevada incidência de problemas de saúde sexual e reprodutiva, superando outras províncias.

Activismo no Meio de Desastres Naturais

A activista afirma ainda que trabalhar em Nampula não tem sido fácil por conta dos excessivos desastres naturais que se tem feito sentir nos últimos tempos.

 A passagem do Ciclone Gombe, que se fez sentir na segunda semana de Março de 2022, assolou vários distritos da província de Nampula. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (INAM), as chuvas e os ventos fortes causaram a morte de quase uma dezena de pessoas e destruíram várias  infraestruturas públicas, assim como privadas.

“Tem sido muito complicado, sobretudo porque a chuva é, muitas vezes, acompanhada de ventos fortes”, defende a activista, afirmando que os activistas precisam de apoio, “uma capa de chuva pode fazer toda a diferença.”

Sendo também educadora de pares, Pastola tem o dever  de, mesmo diante dessas adversidades, levar a informação ao público “faça sol ou faça chuva.”

Por último, a activista sublinha que o maior mecanismo para se responder eficientemente a muitos destes dilemas é o transporte.

 “Os pontos que temos que atender ficam distante. Chegar a todo o lado a tempo é muito complicado. Aliás, para além dos transportes, que são poucos para alguns destinos, ainda lidamos com o facto de os pacientes fornecerem-nos endereços errados.”

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