Daylsin Dinis, activista de saúde na Cidade de Pemba, tem enfrentado diversas barreiras no exercício das suas actividades por conta do terrorismo que se faz sentir naquele ponto do país.

De acordo com Dinis –de 20 anos de idade e com cinco anos de carreira no activismo em saúde – o terrorismo tem criado grandes carências no sector da saúde.

“Uma das nossas actividades diárias, na Kaeria, tem que ver com a busca activa de seropositivos nas comunidades para que haja continuidade no  tratamento ao HIV”, afirma Denis, activista ao serviço da Associação Kaeria – termo que na língua portuguesa significa Não se Diz.

No âmbito das suas actvidades, entre várias actvidades, Daylsin tem trabalhado na mobilização de pessoas para a testagem contra o HIV/SIDA, assim como tem trabalhado em palestras que defendem a igualdade de género e empoderamento de mulheres.

Desde que iniciaram os ataques em Cabo Delgado, a activista passou a dedicar-se aos deslocados.

No seu trabalho diário, ela indigna-se quando desconsegue cumprir as suas metas.

“Infelizmente, isso tem sido comum”, afirma a activista.  

Durante as actividades, conta a fonte, “enfrentamos dificuldades para encontrar os pacientes, por causa da má identificação ou mau registo nas unidades sanitárias, bem como a colocação de falsos dados no registo de cidadãos. Muito endereços simplesmente não existem.”

 Esta situação mostra que o Estado tem falhado no registo civil, condenando as pessoas à exclusão no acesso aos serviços de saúde, oferecidos por organizações de boa vontade.

Sobre como se pode superar este desafio, a resposta da activista é simples: “as unidades sanitárias e o Estado devem fazer melhor os seus registo”, afirma.

Em Cabo Delgado, a situação de guerra complica ainda mais a localização de pacientes para o seguimento do tratamento antirretroviral.

Para Daylsin, “com organização, é possível encontrar e ajudar os necessitados da forma mais fácil.”

Enfrenta dificuldades para localizar os pacientes hoje, mas, ainda assim, sonha com um trabalho mais abrangente, para chegar até a mais recôndita zona.

“Na província de Cabo Delgado, a Kaeria trabalha em zonas significativas, mas seria bom que chegássemos aos distritos de Mecufe, Metuge, Chiure, Montepuez, Mocimboa da Praia, Palma, Mueda, Balama e Namuno. De certa forma, isso é possível através de sites, serviços de e-mail, Rádio e através do núcleo provincial de combate ao HIV/SIDA, e muito mais”, declarou.

Investir em si para ajudar os outros

Enquanto os trabalhos não abrangem todos os cantos de Cabo Delgado, a activista Daylsin Dinis prepara-se para lidar com os desafios que se manifestarão futuramente.

“Eu tenho que ter muitas formações para fortificar as minhas habilidades”, declarou.

A activista, entretanto, está ciente que nem todas as coisas com que sonha dependem de si. Para conseguir uma melhor formação, ela precisa de recursos e já tem uma sugestão: “gostaria que houvesse uma tabela única para uniformizar os subsídios para todas ONG’s.”

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