O Observatório Cidadão para Saúde (OCS) orientou, segunda-feira última, em Maputo, a formação de jornalistas em matéria de monitoria da gestão dos recursos públicos no sector de saúde, com particular enfoque para saúde sexual e reprodutiva e HIV.

A formação, subordinada ao tema “Análise das Alocações Orçamentais no Sector de Saúde, com Enfoque no Orçamento Alocado para Saúde Sexual, Reprodutiva (SSR) e HIV”, visava promover a análise, a divulgação e o debate em torno dos assuntos ligados aos instrumentos de planificação pública (PES e OE), assim como centrava-se na reflexão sobre SSR e HIV.

A formação foi realizada no âmbito de uma acção conjunta entre o OCS e Action Aid Moçambique, no âmbito da implementação do Projecto Partnership for Social Accountability (PSA).
Ainda no contexto da implementação do projecto em alusão, o OCS promove, amanhã, em Maputo, um debate envolvendo diferentes actores-chave do sector da saúde, finanças e sociedade civil.

Durante a formação, os participantes debateram sobre os principais problemas que enfermam o Sistema Nacional de Saúde, desde a corrupção, a inacessibilidade das unidades sanitárias e a falta de água nas mesmas, assim como a escassez de medicamentos.

“A formação ajudou-nos a perceber como fiscalizar os problemas do sector. Porque temos acompanhado questões de corrupção e falta de medicamentos nos hospitais”, disse a jornalista Matilde Ulissene, adiantando que a formação serviu igualmente de aula para a monitoria do sector da saúde, com vista a se melhorar os trabalhos prestados pelos profissionais de saúde.       

Para a jornalista Evelina Muchanga, do jornal Notícias, a formação foi importante na medida em que se potencializou os membros da comunicação social em questões fiscalização das finanças públicas, para uma clara prestação de contas. 

“Esta formação ajuda-nos a perceber como auxiliar o governo para uma melhor resposta aos problemas do sector da saúde”, disse a jornalista, para quem os indicadores apresentados, na formação, ajudam na perceção dos sectores que o governo mais prioriza.

“Ajudou a perceber até que ponto as prioridades do governo são realimente prioritárias e percebemos, também, até que ponto o valor alocado ao sector saúde é ideal parara a resolução de problemas”, disse Evelina, acrescentando que “com estas ferramentas, esperamos elaborar melhor as nossas reportagens, de modo a influenciar as decisões do governo.”

No que diz respeito à Saúde Sexual e Reprodutiva e HIV, os jornalistas acreditam que se deve olhar para o orçamento disponível, tendo-se em conta as questões culturais, dado que – em algumas comunidades – ainda prevalece o tabu sobre algumas práticas ligadas ao assunto em alusão.

 “Para se lidar com a Saúde Sexual e Reprodutiva, deve-se olhar para o orçamento e para questões culturais, porque os contraceptivos e o preservativo ainda geram tabus”, defendeu Eveline.

“Estas questões precisam de ser aperfeiçoadas para a melhoria do sector, fortalecendo-se igualmente campanhas de prevenção do HIV”, disse Simão Djedje, jornalista que também esteve na formação, acrescentando que “depois da formação, propomo-nos a reportar melhor a questões sobre a saúde, visto que há ainda algumas comunidades que desconhecem os seus direitos.”

Segundo Luísa Nhantumbo, a formação teve um papel preponderante para a comunicação social, dado a mesma que serviu de instrução para a observação do funcionamento do plano responsável pelo financiamento destinado ao sector da saúde.   

“Percebi como funciona o planeamento sobre o Orçamento do Estado, especificamente para o sector da saúde. Entretanto, deu para perceber – não só a nível da saúde – como é gerido o processo de orçamentação”, disse a jornalista, defendendo que a instrução serviu para que os jornalistas percebessem igualmente as falhas que cometem quando reportam questões de Saúde Sexual e Reprodutiva

“Vou pensar em reportagens que possam explorar a temática, tendo em conta os casamentos prematuro, que constituem nosso principal problema”, chutou a jornalista. 

Na formação, estiveram presentes os jornalistas dos seguintes órgão de comunicação social: Jornal Notícias, Jornal Savana, Agência de Informação de Moçambique (AIM), Agência Lusa, Diário de Moçambique, Rádio Índico e Politécnica Rádio.            

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