O presidente da Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique (APSUSM), Anselmo Muchave, que lidera uma agremiação composta por enfermeiros, técnicos de laboratório, motoristas e demais profissionais do sector da saúde, diz ter sido ameaçado de morte na tarde desta quinta-feira, 22.

A denúncia vem do próprio visado, que desde o princípio do corrente mês, está a liderar uma reivindicação por melhores condições de trabalho no Sistema Nacional de saúde.

Contactado pelo Observatório Cidadão para Saúde, Muchave confirmou a ameaça e explicou que a mesma foi através de uma ligação telefónica, feita a uma pessoa próxima dele, a qual foi informada que ele deveria recuar nas reivindicações, caso não queira acabar como Atanásio Matavel, um activista social que foi morto em Gaza.

“Por volta das 15 horas recebi uma ligação telefónica de uma pessoa conhecida que me falou desta ameaça que recebera para mim. Disseram-lhe que eu era a pessoa mais activa, com mais punho na mesa das reivindições e que por isso deveria parar, se não acabaria morto. Não foi possível identificar pela voz o autor da ameaça e fez a chamada usando número privado”, disse Muchave.

Ao Observatório Cidadão para Saúde, o presidente da APSUSM afirmou que não irá desistir da causa e acredita que ele tem uma missão a cumprir na terra, o de lutar pela melhoria das condições de trabalho. Por isso, se tiver que morrer a reivindicar os direitos dos profissionais de saúde, que é legítima, assim será, mas não se sente intimidado por esta chamada.

Aliás, disse que já escreveu um email ao Ministério da Saúde (MISAU) a explicar tudo que ocorreu e que também irá fazer o registo do caso à polícia.

Apelou, no entanto, aos membros, no sentido de continuarem firme e não desistirem de lutar.

A Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique conta com pouco mais de 17 mil associados de todo o país, num universo de 52 mil existentes no sistema nacional de saúde.

Atitude Mina Diálogo

Para o Observatório Cidadão para Saúde, esta situação demonstra claramente que o Governo ao agir assim caminha em direção contraria ao posicionamento assumido durante o dialogo com esta Associação, e isto pode minar os consensos positivos que tinham sido alcançados entre as partes.

Alias, fica claro que os 60 dias que solicitou à associação para poder resolver os seus problemas, pode ser entendida como uma estratégia para ganhar tempo e continuar a adiar a resolução dos problemas apresentados por esta classe, que reivindica os seus direitos laborais. Entende o OCS que o Governo com esta postura perde uma grande oportunidade de capitalizar o tempo de que dispõe para melhor organizar este processo que esta na mesa de negociação, dentro da percepção de que estas exigências dos profissionais de saúde são legitimas.

O OCS apela para que o Governo coloque a mão à consciência e paute pelo dialogo como forma de evitar caus no Sistema Nacional de Saúde, prejudicando, desta forma os usuários e utentes das Unidades Sanitárias.

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